terça-feira, 30 de abril de 2013

Trabalhando com leitura

     Oi, queridos colegas!  Depois de um tempo sem nenhuma postagem decidi falar pra vocês um pouco sobre a importância da leitura na trajetória do nosso aluno.
     Sabemos que aquele aluno que faz uma boa leitura e consegue interpretá-la bem, aprende nosso componente curricular com muita facilidade. Pensando nisso, nosso assunto de hoje será "Como ensinar que ler é um prazer", tarefa não muito simples nos dias de hoje, não é?

     Pesquisas mostram que quanto mais cedo se começa ler maiores são as chances de se tornar um leitor assíduo.


     Sabemos que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. "Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores", diz Márcia Tim, professora de literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP).

Como fazer um adolescente gostar de ler?

Para o pedagogo Tiago Calles, na adolescência "o livro está ali para divertir, fazer refletir, e não ter vínculo à prática de ensinar" 


     Ele tem mil e um pretextos para deixar os livros de lado. Diariamente seu filho, já em plena adolescência, é estimulado a dar atenção ao que funciona por meio de botões e luzes, colocando em movimento um mundo de impressões coloridas e sonoras. É o ritual irresistível da tecnologia, sobretudo para quem contava apenas com o que estava no papel para soltar a imaginação. Concorrência brutal - e o livro sai perdendo, eis a conclusão que atormenta os pais que prezam a leitura. Ou haveria como conquistar o espaço do livro no dia a dia de um jovem tão conectado com o seu tempo?
     A batalha é difícil, mas a vitória, certa. Ao menos, tem-se essa impressão ao falar sobre o tema com Tiago Calles, professor de Português do Fundamental II, no Colégio Hugo Sarmento, na capital paulista. "O mais importante, entre os jovens de 12 aos 18 anos, é deixar claro que a leitura pode ser um ritual de prazer", avança Tiago, que também dá aula na rede pública de ensino. "Por isso, os pais precisam ter bastante cuidado na hora de escolher o tema de um livro, é o que vai fazer toda a diferença para estimular o filho adolescente a ler - e não provocar o efeito contrário".
    Livros de acento pedagógico, por exemplo, devem ser evitados. "Nessa fase, o livro está ali para divertir, fazer refletir, e não ter vínculo à prática de ensinar", salienta Tiago. Escolher o tema do livro de acordo com o temperamento do filho é outra atitude sensata. Ainda há dúvidas quanto à seleção de títulos? Pedir ajuda aos funcionários especializados da livraria sempre dá bons resultados. E quando pai e mãe não têm o hábito de ler, mas gostariam de ver esse gosto desenvolvido no filho, o que fazer? Pior: como fazer da internet parceira de um livro de ficção? Respostas a essas e outras questões que dizem respeito ao prazer de ler entre jovens de 12 a 18 anos são destacadas a seguir, todas elas com o respaldo do nosso especialista.


 
10 livros essenciais para adolescentes 
Texto de Bruna Nicolielo
Fernando Meirelles, Moacyr Scliar, José Mindlin e outras personalidades brasileiras escolhem os livros fundamentais para adolescentes

     A equipe do Educar para Crescer perguntou a dez profissionais de destaque em suas respectivas áreas que livros são essenciais na formação dos jovens de 15 a 19 anos. Moacyr Scliar, José Mindlin, entre outros, escolheram não apenas os que consideram importantes para a formação dos estudantes do Ensino Médio, mas também, aqueles que fazem qualquer um tomar o gosto pela leitura. A empresária Milú Villela, por exemplo, escolheu um clássico da literatura nacional: Memórias Póstumas de Braz Cubas, do escritor Machado de Assis. 
             
Fernando Meirelles, cineasta, indica:



Nome do livro: O Apanhador nos Campos de Centeio, de Jd. Salinger

Por quê: "Foi leitura para o colégio e pegou toda a classe, pois falava sobre nossos sentimentos, sobre a revolta adolescente, sobre bebida, prostitutas, poesia e o cinismo dos adultos. Uma leitura marcante, que me despertou a vontade de ler mais".

Editora: Editora do Autor
Moacyr Scliar, escritor, indica:

Nome do livro: Capitães da Areia, de Jorge Amado

Por quê: "Nesta história comovente, um grupo de jovens povoa e domina a capital da Bahia, vivendo de golpes e pequenos furtos. Divididas entre a inocência da infância e a crueza do mundo dos adultos, esses jovens têm de lidar com um cotidiano ao mesmo tempo livre e vulnerável. Os meninos crescem e encontram caminhos variados. O líder Pedro Bala decide lutar e assumir a tarefa de mudar o destino dos mais pobres".

Editora: Companhia das Letras
José Mindlin, bibliófilo, indica:
Nome do livro: Contos Novos, de Mario de Andrade

Por quê: "Ótimo exemplo de boa literatura e, por isso, sempre uma boa sugestão. Nesta obra, o autor modernista nos apresenta o aprimoramento do próprio modernismo, preservando a expressividade da linguagem genuinamente brasileira".

Editora: Villa Rica
Milú Villela, empresária, indica:
Nome do livro: Memórias Póstumas de Braz Cubas, de Machado de Assis

Por quê: "Machado de Assis mostra que um texto clássico resiste ao tempo e permanece vivo porque fala das questões fundamentais da existência. Obras do escritor devem constar do repertório de leitura de todos".

Editora: Record
Maitê Proença, atriz e escritora, indica:
Nome do livro: Equador, de Miguel Sousa Tavares

Por quê: "Gosto de autores com estilo próprio, marcante, de toda história bem contada. Li clássicos como Guerra e Paz, de Tolstoi, que não compreendi, pois meu pai me obrigava. Recomendo deixar livros como esse para mais tarde. Bons livros para começar a gostar de ler são os romances do escritor português Miguel Sousa Tavares: em Equador, por exemplo, aprende-se História, conhece-se um pais diferente, enquanto o leitor se delicia com um enredo primoroso".

Editora: Nova Fronteira
Zeca Camargo, jornalista, indica:
Nome do livro: Feras de Lugar Nenhum, de Uzodinma Iweala

Por quê: "Ao escolher um menino como narrador da história, o autor potencializa os horrores da guerra. É sua voz infantil que nos conduz pelo conflito; é ouvindo suas hesitações e pudores de criança que assistimos à sua transformação em 'fera'".

Editora: Nova Fronteira
Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, indica:

Nome do livro: O Físico, de Noah Gordon

Por quê: "Não só tem um texto fluido e que prende a atenção do começo ao fim, como, ao descrever a trajetória do principal personagem na busca pelo desenvolvimento de sua vocação interior, o faz ainda traçando um panorama histórico espetacular da Europa medieval e do Oriente, próximo ao século XI. É uma verdadeira e inesquecível viagem no tempo".

Editora: Rocco
Maílson da Nóbrega, esconomista e ex-ministro, indica:
Nome do livro: Vidas Secas, de Graciliano Ramos

Por quê: "Publicada pela primeira vez há setenta anos, a obra continua atual. Retrata o drama das secas do Nordeste e suas conseqüências sociais, incluindo a fome e as dificuldades de sobrevivência. Descreve o sofrimento dos retirantes com realismo e precisão, utilizando frases curtas e um estilo direto, ainda que empregue alguns vocábulos exclusivos do linguajar dos nordestinos do sertão. É o único livro de Graciliano Ramos escrito na terceira pessoa. A estrutura do romance permite a leitura independente dos seus capítulos".

Editora: Record
Eduardo Gianetti, economista e autor de O livro das Citações, indica:
Nome do livro: Uma Breve Introdução à Filosofia, de Thomas Nagel.

Por quê: "O livro é uma tradução What does it all mean? (Oxford, 1987), do filósofo norte-americano Thomas Nagel.Trata-se de uma obra perfeitamente clara e acessível a um público jovem, capaz de despertar o interesse pelas grandes indagações da filosofia".

Editora: Martins Fontes
Alejandro Miguelez, professor do colégio Santa Cruz (SP), indica:
Nome do livro: A Cidade e as Serras, Eça de Queirós

Por quê: "Essa obra, assim como as demais leituras literárias obrigatórias do Vestibular da FUVEST, supera seu contexto, estabelecendo temas de discussão que podem ser atualizados e que pertencem a qualquer tempo. Ela também amplia o repertório básico de leitura de mundo e da criação humana (cultura), bem como cria um vocabulário dos elementos literários à disposição dos escritores".